Rosa Azul

A cidade dos mil encantos. Do pastel de nata quentinho e bom, das ruas e passeios feitos com a bela calçada portuguesa, dos mil monumentos que atraem muitos turistas de todo o mundo. Lisboa, a cidade dos transportes públicos cheios de trabalhadores e estudantes, do trânsito intenso, da confusão, das multidões e mais multidões de pessoas que todos os dias vão e vêm para a capital do meu país. Estudar em Lisboa foi uma experiência engraçada. Quando entrei na melhor Faculdade do país na área de Biologia, estava cheia de expectativas. Era aqui que ia saber o que quero fazer para a vida, era aqui que ia ser mega feliz e realizada. Afinal de contas, era a minha primeira escolha, no curso que quis a vida toda. A forma como Lisboa me recebeu foi complicada de gerir. O curso não era nada do que eu pensava que seria, a cidade era uma confusão pegada e perdia 4h do meu dia enfiada em transportes cheios até ao teto. Chorei. Desespero e frustração era o que eu sentia. O primeiro ano foi o mais difí...

Querendo ou não, toda a gente tem sonhos, objetivos de vida que queremos concretizar ou coisas que queremos fazer. É assim que evoluímos, que crescemos e é assim que nos desafiamos. Não há nada mais especial que um sonho. Foi o sonho de voar que originou os aviões, foi o sonho de ir à Lua que nos deu o espaço. Com consciência ou sem, é o sonho que nos move. Lutar pelos nossos sonhos não é fácil. Primeiro porque muitas vezes os nossos sonhos mudam ou crescem, tornando-se não um mas vários. Depois porque dá trabalho; muitas vezes é nos negado aquela oportunidade que estamos à procura e por isso temos de seguir por outro caminho mais desagradável. Por vezes deixamos-nos prender pelo que é fácil e confortável, deixando os sonhos bem enterrados no fundo do nosso ser para não estragarem essa estabilidade. Por vezes, achamos que é tarde demais para ir atrás do que realmente queremos. O que é isso de tarde demais? Temos uma vida inteira pela frente, uma vida repleta de oportunidades, de janela...

Os teus raios de sol aquecem a minha alma, mas a tua chuva miúda relembra-me que o ano está a chegar ao fim. Num piscar de olhos vê-se Natal, as lantejoulas no Ano Novo, o frio do Inverno e aquela alegria inevitável de quem sabe que as férias estão a chegar. Querido Outono, és aquela época do ano difícil em que nunca sei o que hei-de vestir para não ter frio mas que acabo sempre por vestir roupa demais. És o tempo do vento que despenteia os cabelos e das folhas amarelas e vermelhas que cobrem o chão por onde piso. És o tempo do ser e não ser, o é e não é, o tempo dos arco-íris que pintam o céu e a terra das mais belas cores. És o tempo da transição. A estação do início do fim. Onde as árvores se despem para depois, quando as folhas voltarem a crescer, ficarem mais vigorosas e bonitas. Dás início ao ciclo da vida, Querido Outono. Obrigada pelas tuas belas cores e pelo ar da tua graça. Que esse vento sempre sopre e nos faça voar mais alto.